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LGBT +60: Corpos que resistem | Crítica

Confira, também, entrevista com o criador, Yuri Fernandes.

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LGBT +60 é um projeto que teve início há cinco anos, quando o jornalista e roteirista Yuri Fernandes quis contar histórias de resistência, amor e conquistas protagonizadas por idosos LGBT+ brasileiros. Idosos são muito invisibilizados pela sociedade quando heterossexuais, vistos como se suas vidas já estivessem no fim. Idosos que fazem parte da comunidade LGBT são mais esquecidos ainda, visto que já é uma comunidade negligenciada e que tem direitos furtados. O cineasta, contudo, não quis focar em histórias tristes. Seu objetivo é exatamente o oposto: mostrar que essas pessoas têm muita vida após os 60 anos de idade. E se colocando somente como um espectador, não parte da história, ele dá chance para cada um dos personagens ser dono de sua própria narrativa.

No canal de YouTube do Colabora – Jornalismo Sustentável, é possível encontrar todas as três temporadas, que têm em seu elenco nomes como João Silvério Trevisan e João Nery. Porém, esse ano, em janeiro, teve a estreia da terceira temporada. Com presença de personagens da série e do diretor e parte da equipe, LGBT +60: Corpos que resistem teve evento de pré-estreia no Estação NET Rio, com a sala lotada. O Vivente Andante foi convidado e pude ouvir de perto a história do mineiro Yuri e o amor por seu projeto. Os personagens presentes também contaram um pouco de suas histórias e de como foi importante ter uma equipe majoritariamente LGBT. Além disso, houve exibição de todos os 5 episódios da terceira temporada, seguido de um coquetel para comemorar a estreia.

Ademais, fique com o trailer:

A terceira temporada

A terceira temporada conta a história de cinco personagens: Ana, Denise, Franco, Luiza e Márcio. Ana e Denise são mulheres que se reconheceram mulheres trans já na maturidade. Franco é um homem trans que realizou o sonho de cirurgia de retirada das mamas aos 66 anos. Luiza é drag queen e conta um pouco sobre sua carreira e sua história. Por fim, Márcio é casado com Flávio e em seu episódio fala da emoção que foi adotar Phellipe, filho adolescente do casal.

Antes de tudo, digo: ao assistir à série, separe seus lencinhos de papel. Todos os cinco episódios são emocionantes. Como dito anteriormente, Yuri dá protagonismo total aos personagens, o que torna muito fácil para o espectador entrar de cabeça em suas histórias. Com uma narrativa nem um pouco melodramática, cada um dos personagens expõe sua vida de forma muito honesta e vulnerável. Alguns, até com uma crueza que não costumamos ver, mas que é possível imaginar que exista devido ao que enfrentaram em suas vidas.

Márcio Guerra
Yuri Fernandes com Flávio, Phellipe e Márcio Guerra.
Imagem: Livia Brazil.

Como a maioria dos personagens são pessoas trans, sabemos qual é o tratamento que a sociedade dá a elas. Ainda por cima sendo pessoas acima de 60 anos, quando não havia tanta informação. Portanto, é possível perceber que passaram por muitas dificuldades para chegar onde estão e poderem falar abertamente quem são. Contudo, apesar disso, não se nota peso em suas falas, e sim uma vontade imensa de viver. Por isso o projeto de Yuri é tão importante e indispensável: para mostrar para pessoas que se identificam com esses personagens que é possível ter uma vida longa e feliz sendo quem se é.

Por fim, fique com uma pequena entrevista com o criador Yuri Fernandes, onde ele conta mais sobre o projeto.

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Escritora, autora dos livros Queria tanto, Coisas não ditas e O semitom das coisas, amante de cinema e de gatos (cachorros também, e também ratos, e todos os animais, na verdade), viciada em café.

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‘Coreografia, o Desenho da Dança no Brasil’ estreia no Curta!

Série reúne coreógrafos para traçar panorama da dança no Brasil.

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A coreógrafa Célia Gouvêa

Uma notícia ótima para os fãs de dança. Chega, ao Curta!, Coreografia, o Desenho da Dança no Brasil. A série mostra grandes coreógrafos dispostos a refletir sobre seus processos criativos. Dividida em 13 episódios, a produção discute a elaboração da dança desde o seu embrião — ou seja, desde o momento em que é apenas uma ideia — até ser visualizada como movimento e, enfim, ser expressa como arte através do corpo.

Dirigida por Fernanda Heinz Figueiredo, cada episódio enfoca o trabalho de um(a) coreógrafo(a) — com exceção do terceiro episódio, que traz uma dupla. São eles: Célia Gouvêa, Luis Arrieta, Décio Otero e Marika Gidali. Além disso, Henrique Rodovalho, Marta Soares, Ismael Ivo, Sandro Borelli, Claudia Palma, Mauricio de Oliveira, Rui Moreira, Jomar Mesquita, Marcia Milhazes e Mariana Muniz.

Dança
Foto: Divulgação/Curta!.

Primeiro episódio

O episódio que abre a temporada terá foco em Célia Gouvêa. Assim, o público estará diante de um dos maiores nomes da dança brasileira. Entre ensaios, bastidores e cenas de espetáculos, a série mostra um trabalho em que a inquietude é uma virtude. A saber, Célia é uma pesquisadora do movimento e usa a linguagem de forma múltipla. Para ajudar a desvendar o processo criativo e a dimensionar seu importante papel na dança brasileira, o programa apresenta, portanto, entrevistas. Como, por exemplo, a de Inês Bogéa, diretora da São Paulo Companhia de Dança.

Encerrando o episódio, Célia apresenta uma de suas coreografias em uma performance solo. Em depoimento, enfatiza: “A dança está plantada, construída, como esse manancial do qual escorre a vida. Isso é a dança”.

Coreografia, o Desenho da Dança no Brasil também está no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon. Além disso, pode ser encontardo na Claro TV+ e no site oficial da plataforma.

A exibição é no dia temático Quartas de Cena e Cinema, 15 de maio, às 23h.

Ficha Técnica

Coreografia, o Desenho da Dança no Brasil

Estreia: 15 de maio, às 23h. Episódios novos às quartas-feiras, às 23h.

Horários alternativos: 16 de maio, quinta-feira, às 3h e às 17h; 17 de maio, sexta-feira, às 11h e 18 de maio, sábado, às 8h.

Direção: Fernanda Heinz Figueiredo.

Classificação: Livre.

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