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Setembro Amarelo | Conheça 5 filmes e séries sobre saúde mental

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Setembro Amarelo

Estamos em setembro e não poderíamos deixar de falar do Setembro Amarelo por aqui. É uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio iniciada em 2015. Falar de suicídio é falar de saúde mental, uma expressão muito citada ultimamente, principalmente a partir da pandemia do Covid-19. Falar de saúde mental é muito importante para perder o estigma que os transtornos mentais e emocionais têm na sociedade e que podem levar ao suicídio. O audiovisual, felizmente, não fica de fora da discussão. Há vários filmes e séries que debatem o assunto de maneira responsável e de formas diversas e aqui daremos alguns exemplos que elevam essa conversa.

1. I May Destroy You

A nova série de Michaela Coel que estreou em junho na HBO demonstra, com muita realidade, as consequências de um abuso sexual. Baseada em fatos que ocorreram com a autora, que foi drogada e estuprada por uma grupo de homens, Michaela, infelizmente, tem propriedade para dizer o que acontece com o psicológico de uma pessoa que sofre um abuso sexual.

Certamente, podemos assistir com total crueza a mente de Arabella, a protagonista, indo a vários lugares que, muitas vezes nem ela nem quem está perto dela esperava que fosse. Aliás, a série também mostra o que as pessoas que convivem com quem sofreu um abuso pode fazer para tentar melhorar sua saúde mental e também como fica o emocional dessas pessoas ao ver alguém que amam sofrer com essa violência ocorrida a ela.

2. Cisne Negro

O filme de 2010, dirigido por Darren Aronofsky, conta a história de Nina, interpretada por Natalie Portman, bailarina que tem a chance de ganhar o papel principal em um balé muito importante: O Lago dos Cisnes. Na busca pela perfeição para ser a escolhida do diretor do balé, Nina fica cada vez mais obcecada pela dança, que a leva a extremos mentais que, talvez, seja difícil de sair. Em uma época e sociedade em que a imposição por produtividade é imensa, Black Swan (no original) é filme essencial para ser visto e discutido sobre até onde o ser humano deve realmente ir em busca de sucesso e aprovação.

3. Querido Menino

O filme original Amazon Prime tem como foco a relação entre pai e filho, interpretados por Steve Carell e Timothée Chalamet, e o vício em drogas, mas o pano de fundo é, também, saúde mental. Baseado nos livros de David Sheff, repórter americano, e de seu filho, Nic Sheff, em Beautiful Boy (no original) seguimos a vida de David, que vê seu filho transformado de uma hora para a outra pelo vício em metanfetamina. Nic diz que não consegue lidar com a imensa tristeza e o vazio que sente e vê na droga a única forma de aliviar essa dor. Assim como em I may destroy you, também é possível acompanhar como é para o pai ver o filho sofrer e não
poder fazer nada sobre isso.

4. Please Like Me

Uma série australiana, criada, roteirizada e protagonizada por Josh Thomas. A princípio, a discussão em torno de saúde mental não está no protagonista, e sim na mãe dele, que sofre de depressão. Já no início da primeira temporada, ela tenta o suicídio. Durante as quatro temporadas da série (todas disponíveis na Netflix), ela demonstra, de várias maneiras, que precisa de ajuda. Porém, há um episódio, na segunda temporada, em que ela abre o jogo com o filho sobre tudo o que sente e com certeza todo mundo que sofre de depressão vai se identificar com seu discurso.

A série é importante exatamente por causa disso. Ou seja, para que quem não tem esse transtorno emocional entenda o que é a depressão e o que adianta e o que não adianta fazer e falar para uma pessoa deprimida. Além disso, a série também aborda outras questões importantes como ansiedade, insegurança e o que sente uma pessoa que está descobrindo sua sexualidade.

5. 13 Reasons Why

A série da Netflix estreou em 2017 e tem quatro temporadas. Certamente, não poderia deixar de estar nessa lista pela importância que tem na conversa sobre suicídio. Considerado tabu até hoje, muitas pessoas começaram a discutir muito mais sobre o tema, ajudando, também, muitos pais a perceberem que seus filhos estavam precisando de ajuda. A saber, a série é baseada em livro homônimo de Jay Asher. A primeira temporada gira em torno de fitas deixadas por uma adolescente que se suicidou, onde lista os motivos de seu suicídio, e, em seguida, como seus colegas lidam com essa informação.

Lembrando que é essencial procurar ajuda profissional caso você esteja sentindo que não consegue lidar com seus problemas. Ou se sente que a tristeza ou ansiedade te paralisam. Afinal, o CVV, Centro de Valorização da Vida, realiza apoio emocional e prevenção ao suicídio e a linha fica disponível 24h por dia, nos 7 dias da semana. É só ligar para o número 188.

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Cinema

13 Sentimentos | O filme mais fofo do ano

O longa de Daniel Ribeiro estreou nos cinemas brasileiros em 13 de junho.

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Como crítica, muitas vezes fico sem saber como falar de um filme. Falo mais da parte técnica? Dou mais foco na história? Eu acabo sempre falando um pouco sobre cada uma dessas coisas, mas sabe sobre o que eu gosto mesmo de falar? Sobre como um filme nos faz sentir. Claro que tudo isso que citei acima acaba resvalando na sensação do filme pra quem assiste. Mas acho, e me corrijam se eu estiver errada, que quem procura algo pra ver não está atrás da forma como o fotógrafo escolheu movimentar a câmera ou do tanto de iluminação que ele escolheu deixar entrar (claro que se isso for bem-feito, ajuda muito a contar a história), mas está em busca de algo que o faça sentir alguma coisa, não importa o quê. Por isso eu gosto sempre de falar, também, sobre o impacto que cada filme pode ter no espectador.

E 13 sentimentos, meus caros, vai te fazer sair do cinema cheio de esperança e com o coração leve, leve. E, provavelmente, com um baita sorriso no rosto. Quem não quer ver um filme e ficar feliz?

Enredo

Antes de tudo, vamos começar pelo começo, ou seja, pela sinopse. “Como o final feliz de um filme perfeito”. É assim que João descreve o fim de seu relacionamento de 10 anos com Hugo. Apesar da separação, eles permanecem amigos bem próximos. No entanto, voltar ao universo dos encontros românticos, usando aplicativos, traz um turbilhão de emoções, mostrando que a realidade não pode ser controlada como um roteiro de filme.

Para matar um pouquinho a curiosidade, deixo vocês com o trailer por enquanto.

Simples e bem-feito

13 sentimentos é um filme simples, no melhor sentido da palavra. Com uma história sólida e bem-estruturada, ele não precisa de muita coisa pra distrair o espectador, porque ele tem tudo o que o espectador precisa. Personagens simpáticos, completamente adoráveis e engraçados, um roteiro super bem-escrito, diálogos engraçados, muitos momentos que te fazem rir e outros que te fazem se emocionar. Com uma facilidade impressionante para fazer o espectador entrar no filme e se sentir íntimo dos personagens, apegado mesmo, Daniel Ribeiro desenhou um filme delicado, sensível, super identificável e muito, muito fofo. Parece que ele é mesmo expert em audiovisual que faz todo mundo ficar de coração quentinho, já que o igualmente fofo Hoje eu quero voltar sozinho é dele.

Igor Cosso e Artur Volpi.
Igor Cosso e Artur Volpi. Foto: Thi Santos.

Daniel disse em uma conversa após a exibição de 13 sentimentos no Rio de Janeiro que Hoje eu quero voltar sozinho foi feito para as pessoas terem esperança. Contudo, 13 sentimentos é mais realista, viria pra desgraçar um pouquinho a cabeça do público, que veria a realidade dos relacionamentos de um homem gay. É verdade, sim, que 13 sentimentos tem muito mais semelhança com a realidade. Não sou um homem gay, mas acho que qualquer um pode se identificar com a sensação de um término, ainda mais após 10 anos de relacionamento, e tudo o que fazemos para lidar com a situação. Também é possível se relacionar com a dificuldade que é ter encontros hoje em dia (sendo mulher hétero, meus amores, põe dificuldade nisso!). Mas, Daniel, se sua intenção era fazer as pessoas se desiludirem um pouco com o amor, desculpa, mas esse objetivo não foi alcançado. Ainda bem!

Trio com química

Assim como em Hoje eu quero voltar sozinho, 13 Sentimentos tem um trio cheio de química. Antes detudo, já peço para Daniel Ribeiro dois spin-offs: um com foco em Alice e um com foco em Chico. Muito obrigada. (rs)

Alice e Chico são os melhores amigos e João, que o ajudam a passar por esse momento complicado de pós-término. Cada um tem uma característica muito própria e tem uma vida para além de João, o que muitas vezes é deixado de lado em filmes do gênero. Julianna Gerais, a intérprete de Alice, está apaixonante como a amiga conselheira, mas que também precisa de conselhos. Ela é a epítome da amiga que sabe o que o outro precisa e dá o espaço que o amigo precisa, aquela amiga que todo mundo queria ter. Já o Chico de Marcos Oli é o alívio cômico do filme. Marcos Oli está sensacional e é impossível não se escangalhar de rir em toda cena em que ele aparece. E então temos Artur Volpi, o protagonista, totalmente irresistível e carismático. Um trio que todo mundo gostaria de ser amigo e acompanhar.

Marcos Oli, Julianna Gerais e Artur Volpi.
Marcos Oli, Julianna Gerais e Artur Volpi. Foto: Divulgação.

Diferentes formas de amar

É muito interessante a forma como o filme comenta sobre as diversas formas de relacionamento. Apesar de estarmos em uma época em que há muito mais conversas sobre o tema, sabemos que ainda há um grande tabu sobre isso e que ainda impera a monogamia. Além disso, há uma ideia de qualquer coisa que não seja a monogamia é uma “bagunça”. O filme mostra e convoca o espectador a pensar além do lugar-comum. Questiona certos padrões de relacionamentos impostos e até provoca análises dentro desses padrões.

Porém, mais do que isso, o longa faz indagar muito sobre amor próprio. É possível estar em uma relação sempre pensando pra fora? É possível amar sem se amar, sem se questionar, sem se conhecer? Ademais, é preciso manter sempre a mesma forma de se existir nesse mundo? São perguntas que ficam no ar e quem irá respondê-las será o espectador.

Daniel Tavares e Fabrício Pietro.
Daniel Tavares e Fabrício Pietro. Foto: Thi Santos.

Mês do Orgulho

Não posso deixar de falar, também, da importância que é ter um filme como esse, cheio de amor lgbt, nos cinemas. Ainda mais no mês do orgulho LGBT. Daniel e Artur falam um pouco sobre isso na entrevista que fiz com eles – e que em breve sairá no canal do Vivente e no meu também -, mas preciso comentar um pouco aqui também.

Por muitos anos, todos os filmes com personagens que representavam a comunidade LGBTQIAP+ falavam somente sobre o sofrimento de fazer parte da comunidade. Ser gay, lésbica, trans, bi, etc., era o tema, e todo o resto girava ao redor isso. Com as transformações ocorridas no mundo (a passos lentos, mas que ocorreram), os enredos estão começando a mudar. Agora, a sexualidade ou identidade de gênero de uma pessoa é somente mais uma característica dela, e não o motivo da produção existir. Esse é um fato muito importante e um avanço para a comunidade LGBT. 13 sentimentos faz parte disso. É uma história que poderia acontecer com qualquer pessoa. Só acontece de João ser gay e se apaixonar por homens.

E o filme mostra sua vida, tediosa ou cheia de acontecimentos como ade qualquer outra pessoa. Isso é muito importante. E mais ainda para a comunidade se ver cada vez mais nas telas, com histórias cada vez mais diversas. Além do mais, sendo uma história de amor, como eu disse antes, quem não quer ver, não é mesmo?

Ah! E pra terminar, o motivo do filme ter esse título é sensacional! Vou contar qual é? Lógico que não! Vocês vão ter que assistir pra saber. 13 Sentimentos já está nas salas de cinema de todo o Brasil.

13 sentimentos
Parte do elenco com Daniel Ribeiro na pré-estreia carioca do filme. Foto: Livia Brazil.

Ficha Técnica

13 SENTIMENTOS

Brasil | 2024 | 100min. | Comédia romântica

Direção e Roteiro: Daniel Ribeiro
Produção: Daniel Ribeiro, Diana Almeida e Fernando Sapelli
Elenco: Artur Volpi, Julianna Gerais, Marcos Oli, Michel Joelsas, Bruno Rocha, Daniel Tavares, Fabricio Pietro, Helena Albergaria, Maitêe Schneider, Sidney Santiago Kuanza, Igor Cosso, Cleomácio Inácio, Rafael Americo, Marco Barreto, João Victor Toledo, Arthur Alfaia, Pither Lopes, Fábio Kow, Heron Leal, Hugo Kenzo
Direção de Fotografia: Pablo Escajedo 
Direção de Arte: João Vitor Lage 
Trilha Sonora: Arthur Decloedt 
Montagem: Cristian Chinen 

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