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Aos Olhos de Ernesto | Filme entra em cartaz em cinemas e plataformas digitais

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Aos Olhos de Ernesto

Aos Olhos de Ernesto é um filme premiado pela crítica na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e pelo público no 23º Festival Internacional de Cine de Punta del Este. Será lançado no Brasil no dia 17 de setembro, nas plataformas Net Now, Vivo Play e Oi Play, pelo Canal Brasil. A saber, é uma obra da diretora e roteirista Ana Luiza Azevedo (Antes Que O Mundo Acabe). Seguindo as orientações do protocolo de segurança, o longa também entra em cartaz no Rio de janeiro, no drive-in Cinesystem, em Brasília, na sala Cineflix JK, e em Belém, no cinema Moviecom. Protagonizado pelo ator uruguaio Jorge Bolani (Whisky) o longa é uma produção da Casa de Cinema de Porto Alegre, e tem distribuição da Elo Company.

Ásia

A princípio, o filme teve sua estreia mundial em outubro no 24º Festival Internacional de Busan (Coréia do Sul), o maior festival de cinema da Ásia, na categoria “World Cinema”. Aliás, teve boa recepção em terras asiáticas, foi considerado “ao mesmo tempo, bem-humorado, poético, sério e comovente”. Aos Olhos de Ernesto, segundo a curadora do festival, “transcende facilmente a diferença de idioma e a diferença cultural”. Para a diretora Ana Luiza Azevedo, ter seu filme assistido por olhos coreanos foi especial. “Foi mágico perceber que a história escrita por mãos brasileiras, com um colorido do sul da América do Sul, se comunica tão bem com aquele país do outro lado do mundo”.

Além disso, Aos Olhos de Ernesto foi laureado pela crítica da Mostra SP justamente “por tratar a solidão de maneira realista, sem abrir mão do humor” e “por apostar, com segurança, num estilo narrativo que dialoga tanto com cinéfilos, quanto com amplas plateias”. O longa também já foi exibido na Mostra Latina do Festival do Rio 2019, no 41º Festival Del Nuevo Cine Latinoamericano de Havana e no 23º Festival Internacional de Cine de Punta del Este, onde além de ser eleito melhor filme pelo voto popular venceu o prêmio de melhor ator (Jorge Bolani).

Terceira Idade

Na trama, a solidão, a amizade, o amor e as redescobertas na terceira idade permeiam a história de Ernesto (Bolani). Aos 78 anos, o personagem, ex-fotógrafo uruguaio, se depara com uma crescente cegueira e as limitações diversas que acompanham a avançada idade. Viúvo e pai de filho único – Ramiro (Julio Andrade), que vive longe -, Ernesto ressignifica sua vida e os padrões da velhice ao conhecer a jovem Bia (Gabriela Poester), que o ajuda, até mesmo a reencontrar um grande amor. Também no elenco, Jorge d’Elia, como Javier, o vizinho de Ernesto; Glória Demassi, que vive Lucía, o amor uruguaio do protagonista; e as participações de Mirna Spritzer, Áurea Baptista, Janaina Kremer, Celina Alcântara e Marcos Contreras.

Humanismo

Aos Olhos de Ernesto é um filme humanista. A melancolia, o lirismo e o humor fazem parte tanto da condução do drama como na composição das imagens e dos personagens. A mesma melancolia, lirismo e humor presentes na literatura de Mario Benedetti. A companhia fresca e afetiva de Bia faz Ernesto repensar a maneira como ele envelhece. Momentos sombrios são substituídos pelo sol e pela vida. Um filme para se defender que há muito a ser vivido, mesmo aos 78 anos”, comenta a diretora.

Além disso, escrito por Ana Luiza, em parceria com Jorge Furtado, o roteiro passou por laboratórios de desenvolvimento e teve consultoria do escritor cubano Senel Paz (autor de “Morango e Chocolate”). “Ganhei o prêmio MinC para desenvolvimento do roteiro em 2012. Realizei as primeiras versões com Miguel da Costa Franco e Vicente Moreno. Depois tive consultoria do escritor cubano Senel Paz e participei do Laboratório SESC de Novas Histórias. No início de 2018, eu e Jorge Furtado escrevemos o roteiro final. Este trabalho com o Jorge, que durou dois meses, foi fundamental para o filme ser o que é”, explica Ana Luiza, uma das coordenadoras do Núcleo de Roteiro Casa de Cinema de Porto Alegre.

Portunhol

Aliás, entre diversos aspectos e processos de criação do filme, a mescla de várias culturas e o uso do “portuñol” são marcas do projeto. Certamente, a proximidade cultural entre as cidades do Sul do Brasil, Uruguai e Argentina estão presentes na obra através da música, da língua e da literatura. “É bastante comum encontrar em Porto Alegre, uruguaios e argentinos, que vieram fugidos das ditaduras em seus países e que aqui permaneceram, mas que seguem falando com forte sotaque, misturando as duas línguas e cultivando fortemente a cultura de seu país. A formação histórica do Rio Grande do Sul já é uma mistura dessas culturas do sul da terra. Por muito tempo pertencemos à Província Cisplatina e isto se reflete na cultura. Estamos mais próximos da Argentina e do Uruguai do que do centro do país. Hablamos portuñol com muita facilidade”, explica Ana Luiza.

A saber, a história de Ernesto tem inspiração na vida do fotógrafo italiano Luigi Del Re. “O personagem surgiu a partir da história dele, fotógrafo italiano que vivia em Porto Alegre, e que com a idade e avanço da cegueira já não conseguia mais se corresponder com a irmã, que morava na França”, conta a diretora e roteirista. “Em homenagem a Luigi, usamos na direção de arte as suas fotos e equipamentos de filmagem para compor o universo de Ernesto e seu apartamento. Mas Ernesto não é só Luigi: é um pouco de nossos pais, e de nós mesmos”, complementa a cineasta.

Enfim, veja o trailer:

SERVIÇO DRIVE-IN E CINEMAS:

Rio de Janeiro – Drive-in Cinesystem – De quinta a quarta, às 22:30

Brasília – Cineflix JK – Sessão diária às 20:05

Belém – Cinema Moviecom – Sessões diárias às 16:50 e 20:10

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Cinema

‘A Filha do Rei do Pântano’ tem fotografia eficiente em um suspense que começa bem

Daisy Ridley estrela

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crítica A Filha do Rei do Pântano da Diamond Films

“A Filha do Rei do Pântano” (The Marsh King’s Daughter), dirigido por Neil Burger e estrelado por Daisy Ridley (da última trilogia Star Wars) e Ben Mendelsohn, chega aos cinemas com grandes expectativas, especialmente devido ao seu elenco e à adaptação do best-seller homônimo de Karen Dionne. O filme começa prometendo oferecer uma experiência envolvente e sombria, mas, infelizmente, não consegue cumprir todas as suas promessas.

A princípio, o início, com a infância de Helena e sua relação com o pai é uma das primeiras coisas que se destacam em “A Filha do Rei do Pântano”. Cheguei a lembrar um pouco do bom “Um Lugar Bem Longe Daqui“, por ter essa questão familiar e uma jovem menina na natureza. Ambos são baseados em livros de sucesso. Contudo, enquanto “Um Lugar Bem Longe Daqui” oferece um roteiro bem amarrado que prende até o fim, com boas viradas, “A Filha do Rei do Pântano” vai se perdendo aos poucos, com alguns furos sem explicação como o que aconteceu com o trabalho da protagonista e os cúmplices do Rei do Pântano.

Aliás, veja o trailer de “A Filha do Rei do Pântano” em seguida, e continue lendo:

Entretanto, a fotografia de Alwin H. Küchler é uma virtude. As cenas noturnas são especialmente cativantes, capturando a atmosfera sombria e opressiva do pântano de forma impressionante. A paleta de cores utilizada ressalta a sensação de isolamento e perigo que permeia a trama, proporcionando um cenário visualmente impactante que contribui muito para o clima do filme. A cena onde Helena flutura num lago, e só vemos seu rosto, é linda. Assim como aquela que abre a película.

No entanto, apesar da beleza da cinematografia, as falhas e furos do roteiro prejudicam a narrativa. A premissa de uma mulher que precisa enfrentar seu passado sombrio para proteger sua filha é clássica, mas a execução deixa a desejar em vários momentos. A falta de desenvolvimento de certos personagens e subtramas deixa o espectador com perguntas não respondidas e cria um vazio na história que poderia ter sido melhor explorado.

Outro ponto que deixa a desejar é o final previsível. Desde o início, o destino de Helena (Daisy Ridley) parece traçado de forma óbvia, o que tira um pouco do impacto emocional que o filme poderia ter alcançado. A ausência de reviravoltas surpreendentes ou momentos verdadeiramente chocantes contribui para que a trama se torne previsível e, em última análise, menos satisfatória.

Daisy Ridley entrega uma atuação convincente como Helena, mas nada genial. Ben Mendelsohn está bem como o sinistro Rei do Pântano, principalmente no começo do filme. Além disso, a fofa Joey Carson como Marigold Pelletier cativa.

Em resumo, “A Filha do Rei do Pântano” é um filme que brilha em sua cinematografia, mas que peca em seu roteiro e na falta de surpresas em sua narrativa. Para os fãs do gênero suspense, pode valer a pena conferir pela atmosfera e a boa primeira metade, mas é importante se preparar para algumas decepções ao longo do caminho. O começo é bom, mas o final deixa um gosto amargo.

Por fim, o suspense de Neil Burger estrelado por Daisy Ridley e Ben Mendelsohn estreia nos cinemas em 28 de setembro.

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