Cinema
CineOP | Mostra de Cinema de Ouro Preto comemora 15 anos e ganha edição online
Publicado
4 anos atrásem
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RedaçãoA CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, inicialmente agendada para o período de 24 a 29 de junho de 2020, já tem nova data. A saber, o evento irá ocorrer de 3 a 7 de setembro de 2020 em novo formato, adaptando sua programação para o ambiente digital, em função da pandemia de Covid-19.
Aliás, uma mostra de cinema promove sempre o encontro da cadeia produtiva do audiovisual, seja no formato presencial ou no digital. Cada modelo tem especificidades próprias, linguagens e experiências diferentes que, em algum momento, se cruzam e se complementam. Enfim, a CineOP em 2020 chega esse ano através das redes sociais, plataformas online, de streaming e videoconferências.
“Na internet vamos expandir nossa atuação, ampliar o alcance e o engajamento do público. Proporcionar mais visibilidade e projeção para o evento, para a cidade de Ouro Preto, para Minas e para o Brasil. Quem não conhece a CineOP, terá a oportunidade de participar, sem sair de casa, da programação abrangente, diversificada e gratuita que está sendo preparada para esta edição”, complementa Raquel Hallak, coordenadora geral da CineOP.
Programação
A programação permanece estruturada em três temas: preservação, história e educação. Integram a equipe de curadoria da 15a CineOP, os profissionais José Quental e Ines Aisengart Menezes (Temática Preservação), Francis Vogner dos Reis (Temática Histórica + seleção de longas e médias contemporâneos), Adriana Fresquet e Clarisse Alvarenga (Temática Educação) e a Camila Vieira (seleção de curtas).
Sobre a CineOP
Idealizada e realizada pela Universo Produção em edições anuais e consecutivas, a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto tem o propósito de ser instrumento de reflexão e luta pela salvaguarda do patrimônio audiovisual brasileiro em diálogo com a educação e em intercâmbio com o mundo. Inclusive, centra o foco no cinema como patrimônio, na história; é memória em interface com o cinema contemporâneo e ações educacionais.
Web: www.cineop.com.br / Instagram: @universoproducao
Afinal, é possível obter outras informações pelo telefone: (31) 3282-2366
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Premiado em diversos festivais, o longa escrito e dirigido por Halder Gomes investiga o processo artístico e o mercado das artes.
Publicado
4 dias atrásem
9 de maio de 2024Por
Livia BrazilExibido em 15 festivais pelo Brasil e o mundo, e ganhador de mais de dez prêmios, Vermelho Monet, de Halder Gomes chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 9 de maio com distribuição da Pandora Filmes.
A saber, o longa conta com a participação de atores e parte da equipe de portugueses. Além disso, tem apoio da Lei do Audiovisual, Fundo Setorial do Audiovisual.
Produção
Mais conhecido por suas comédias, como Cine Holliúdy e Os Parças, Gomes aqui apresenta um drama marcado pela discussão sobre a arte e a transformação dela em mercadoria.
O protagonista é Johannes Van Almeida, interpretado por Chico Diaz, um pintor pouco aceito no mercado, que está perdendo sua visão.Ele encontra na atriz Florence Lizz (Samantha Müller) a inspiração para realizar sua maior obra, e seu caminho também cruza com o de Antoinette Lefèvre (Maria Fernanda Cândido), uma marchand influente que tem o poder de transformar o quadro numa obra famosa e valiosa.
“Fazer Vermelho Monet não foi muito diferente de fazer uma comédia em seu processo físico. Todos os esforços e etapas que constituem a realização de um filme estão presentes no drama e na comédia. Além do gênero drama em si, esse trabalho também é contado pela sua estética, referências artísticas, trilha musical, ambiências e simbolismos. A condução rítmica também é outra, com tempo de tela mais largo para assimilação e contemplação de suas simbologias e estética, respectivamente”, explica o diretor, que também assina o roteiro do filme.
Foto: Divulgação.
Trilogia Artística
Gomes conta que esse é o primeiro de uma planejada trilogia, e o próximo deverá ser Azul Vermeer. “O filme transborda da vontade de pôr na tela o que mais me fascina: pintar, ler sobre arte e ver pinturas. Viajo pra visitar museus e galerias incessantemente e passo grande parte do meu tempo livre pintando ou desenhando. Nessas andanças sempre me deparo com pinturas que aguçam a curiosidade de saber quem e o que está além do alcance dos olhos. Para isso, viajo pra lugares pra entender o que certos pintores viram e o que os fizeram pintar daquela forma. Já fui três vezes a Delft, Países Baixos, para decifrar o olhar, luz e paleta de Vermeer.”
É de se destacar também, dentro do filme, a importância da fotografia de Carina Sanginitto, e a direção de arte de Juliana Ribeiro, ambas premiadas em festivais, e cujos trabalhos ajudam na evocação das cores e luzes de Monet. Além das visitas ao museu, ao lado delas, Gomes também destaca que fizeram um estudo de paletas e tons de pele muito elaborados – em especial a progressão da luz na tez de Florence Lizz que, aos olhos de Johannes Van Almeida, tem cor – do dessaturado ao P&B – e textura de mármore.
Enredo
Definindo o filme como “uma grande história de amores desencontrados, intensos, tortuosos e trágicos”, Gomes coloca as personagens em questões existenciais profundas transpostas à arte que, por sua vez, é a única e provável tábua de salvação de todos eles – cada um ao seu modo.
“Para abrir essa caixa de pandora, não podia ser outra cor senão o vermelho. É a primeira cor que o ser humano teve o domínio de sua manipulação. É a cor mais forte, mais vibrante, com as maiores potencialidades poéticas, oníricas e simbólicas. O vermelho é a ambivalência do vigor, fogo e plenitude, associado a sua extrema fragilidade se misturada com outras cores. A complementaridade cromática e dissolução metafórica dos personagens representados pelas cores é a principal condução simbólica do filme. Vermelho Monet, em si, é uma cor simbolista criada para o título numa alusão aos vermelhos dos entardeceres impressionistas de Claude Monet.”
Foto: Divulgação.
Mercado da arte
Num primeiro momento, um filme sobre alta cultura pode não parecer ter um diálogo direto com o Brasil contemporâneo, mas o diretor ressalta que o mercado de arte é uma realidade que pode se mover por caminhos tortuosos em todo o mundo.
“Neste exato momento, no Brasil, deve ter alguém colecionando arte, lavando dinheiro com obras de arte, lucrando, manipulando valor, falsificando pinturas e até mesmo roubando quadros e esculturas em igrejas, residências e galerias. Assim como também tem milhares de pessoas visitando nossos museus e apreciando obras e a história da arte.”
“Neste mesmo Brasil, milhares de artistas estão lutando para viver da sua arte. De certa forma, este cenário expõe as vísceras da discrepante desigualdade social em países como o nosso, onde neste exato momento tem alguém negociando sorrateiramente obras de arte por valores milionários, enquanto alguém está passando fome e morando na rua. A arte está em todo lugar, o que faz o universo provocativo abordado em Vermelho Monet ser atemporal e universal.”
Por fim, fique com a sinopse oficial
Johannes Van Almeida (Chico Diaz) é um pintor de mulheres sem aceitação no mercado; obsoleto. Com a visão deteriorada e à beira de um colapso nervoso, encontra em Florence Lizz (Samantha Müller) – uma famosa atriz em crise e insegura na preparação para o seu filme mais desafiador – a inspiração para realizar sua obra prima. Antoinette Lefèvre (Maria Fernanda Cândido) é uma influente marchand/connoisseur de arte que fareja o valor de obras de arte quando histórias de inspiração viram obsessão entre pintores e modelos.
Ficha Técnica
VERMELHO MONET
Brasil, Portugal | 2024 | 135min. | Drama
Direção e Roteiro: Halder Gomes.
Elenco: Chico Diaz, Maria Fernanda Cândido, Samantha Müller, Gracinda Nave, Matamba Joaquim, Duarte Gomes.
Produção: Mayra Lucas e Halder Gomes.
Empresas produtoras: ATC e Glaz.
Distribuição: Pandora Filmes.
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