Cinema
Crítica | ‘Skinamarink: Canção de Ninar’ acessa os medos da infância
Terror experimental canadense mostra que dá para assustar sem mostrar demais
Publicado
1 ano atrásem
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MelissaPintoSkinamarink: Canção de Ninar é um filme experimental canadense onde duas crianças, sendo uma menina de 6 anos e seu irmão de 4, descobrem que as portas principais desapareceram, assim como as janelas de casa. Além disso, os telefones não funcionam e o pai sumiu.
A princípio, o filme proporciona um terror incomum. Seus quadros causam um certo desconforto, junto ao cenário, iluminação, o fato de as crianças não aparecerem por completo, tempo de cada cena, o som, tudo é feito de modo a perturbar, ainda que levemente, os espectadores.
Diria que nos dá uma pequena aula de como gerar terror sem precisar lançar em nossa cara sustos manjados. O cenário é o nosso monstro, a casa onde as personagens se encontram cumpre bem esse papel e por boa parte do tempo isso funciona.
Em seguida, veja o trailer de Skinamarink, e siga lendo:
O longa nos leva de volta aos nossos “eus” infantis. Sabe aquele época quando tínhamos medo de andar pela casa sozinhos, medo do abandono parental, medo das luzes no escuro, dos sons? O tempo em que o mundo nos assustava e nos sentíamos facilmente indefesos. As escolhas de câmera do cineasta e roteirista Kyle Edward Ball ajudam nisso tudo. Dessa forma, o espectador pode se sentir pequeno novamente.
No geral, não temos muitas falas e nem realmente noção do que está acontecendo, como ou porquê. Se deixar levar pelas sensações que o filme quer invocar é realmente uma experiência interessante, capaz de gerar incômodo e aflição.
Longa
Um possível problema do longa é que ele é justamente isso: um longa. Seu inicio é muito bom ao começar a nos guiar pelas sensações, nos colocar como crianças novamente e experimentar esses terrores que, inicialmente, parecem infantis, mas que nos assombram sempre como solidão e abandono. Porém, quando o filme começa a tentar dar pequenos sustos, acaba retirando um pouco do clima e começa um vai e vem de momentos em que consegue captar sua atenção e medo novamente, enquanto outros acabam tirando a concentração e fazendo perguntar “quanto tempo mais ainda tem?”.
Skinamarink é bom e realmente nos mostra uma coisa que muitos filmes de terror e suspense precisam sempre se atentar: ambientação; o que mostrar, como mostrar e o quanto mostrar. Ver partes dos corpos das crianças, mas não vê-las por inteiro, não ver o cenário todo, tudo dá margem a imaginação do espectador e no clima de terror nossas mentes vão preenchendo essa lacunas com o que cada um de nós mais teme. O verdadeiro terror às vezes não é o que está bem na nossa cara, mas o que está em nossas mentes.
Entretanto, pela longa duração, acaba não conseguindo captar essas emoções de forma consistente o tempo todo. O que não é necessariamente ruim quando pensamos no filme como um experimento. O longa é uma experiência interessante e diferente, caso o espectador esteja disposto a tentar embarcar. Faz pensar se alguns filmes não poderiam aprender um pouco com o que vemos aqui.
Nesta quinta-feira, dia 23 de março, o suspense de terror Skinamarink: Canção de Ninar (Skinamarink), primeiro filme do cineasta e roteirista Kyle Edward Ball, estreia exclusivamente nos cinemas brasileiros com distribuição da A2 Filmes. O filme chegará aos cinemas de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Campinas (SP), Juazeiro do Norte (CE), Brasília (DF) e Maceió (AL).
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Estudante de Cinema, editora de vídeo e formada em Design de Animação. Ama jogos, filmes, séries, quadrinhos, mangás, livros, não importa a mídia sempre procura histórias.
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Cinema
‘A metade de nós’ estreia nos cinemas em 30 de maio
Vencedor do Prêmio do Público na 47ª Mostra de São Paulo, longa reflete sobre a perda de um filho.
Publicado
1 dia atrásem
6 de maio de 2024Por
Livia Brazil“A Metade de Nós”, de Flavio Botelho, já tem data de estreia. O longa, produzido pela Gullane, em coprodução com a Trailer Filmes, Clementina e produção associada do Canal Brasil, ganhou o Prêmio do Público como melhor filme de ficção brasileiro na 47ª Mostra internacional de Cinema de São Paulo. Com distribuição da Pandora Filmes, a obra chega aos cinemas no dia 30 de maio.
Por enquanto, fique como trailer:
Enredo
Em “A Metade de Nós”, Francisca e Carlos perdem o único filho por suicídio. Enquanto a mãe, assombrada pela culpa, se dedica a desvendar o enigma do suicídio, o pai se aliena na vida do filho morto e se muda para a casa dele.
O projeto, inspirado numa experiência pessoal do diretor, começou a tomar forma em dezembro de 2014, com o argumento inicial. Depois disso, Flavio Botelho e o outro roteirista, Bruno H Castro, contaram com a colaboração de Daniela Capelato e dos consultores de roteiro Miguel Machalski e Gualberto Ferrari. Até que, assim, chegarem ao oitavo tratamento do texto. E começaram as gravações.
“A minha irmã se suicidou em 2007 e quis falar sobre isso, sobre como lidei com essa perda e sobre quão doloroso foi esse processo. Decidi falar por meio de um casal sexagenário, uma mãe e um pai que representam tantos outros, inclusive os meus, nessa longa caminhada do luto”, conta Botelho. “O tema suicídio precisa ser falado. É uma das principais causas de morte entre os jovens no Brasil. Fizemos uma pesquisa extensa sobre o tema, para mergulhar no universo dos protagonistas”, completa.
Pré-filmagem
Antes do início das filmagens, o ensaio com os atores durou três meses para a construção dos personagens. “Todo esse ensaio, inédito pra mim no cinema, faz uma diferença enorme, chegamos no set de outra forma. A intimidade que se formou entre nós três e a bagagem que trouxemos refletem nas filmagens”, comenta a atriz Denise Weinberg, que vive Francisca. Para o ator Cacá Amaral, que interpreta Carlos, “com esse processo de trabalho que realizamos, com os meses de ensaio, tudo fica mais rico, pois são personagens que foram criados em conjunto”.
“A sensação de chegar no primeiro dia de filmagem com um elenco super afinado, uma equipe extraordinária e um plano de filmagem preciso nos trouxe uma segurança e um sentimento de colaboração maravilhoso. Estamos todos juntos contando essa história”, explica o diretor.
Cartaz também é arte
O cartaz do filme é o resultado do trabalho dos artistas Wanatta e Robert Frank. “Convidamos esses grandes artistas na criação do cartaz para trazerem uma visão autoral a essa peça que chega ao público antes mesmo que o próprio filme”, diz Flavio.
A saber, o longa já ganhou alguns prêmios na temporada de festivais no último ano. Entre eles, contudo, cabe destacar também a Menção Honrosa recebida no Festival MixBrasil de Cultura e Diversidade.
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