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Crítica | ‘A Luz do Demônio’ traz uma freira exorcista e não inova

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Tem filmes com propostas tão ruins que é difícil entender como saíram do papel. A Luz do Demônio é uma cópia de tudo de mais básico que já vimos em filmes de exorcistas, com uma freira como protagonista. Esse diferencial poderia trazer novas temáticas e tornar o filme diferente, mas ele fica no nível mais raso da discussão. Tanto em estética como em conceito, o diretor Daniel Stamm entrega um filme fraco e esquecível.

Em A Luz do Demônio, as ocorrências de possessão demoníaca aumentaram nos últimos anos, segundo o Vaticano. Para ajudar a combater o crescente números de casos, a Igreja decidiu abrir uma escola voltada a treinar padres aptos para praticar exorcismos. A Irmã Ann está entre os alunos da escola, e, apesar de mulheres não serem permitidas na função, ela acredita que seu destino é realizar exorcismos. Quando um professor sente seu dom especial, permite que ela seja a primeira freira a estudar e dominar o ritual. Sua própria alma estará em perigo, pois as forças demoníacas que ela luta contra, revelam uma conexão misteriosa com seu passado traumático.

 

Falta de profundidade e coerência

Contextualizando, nessa escola os homens estudam para serem exorcistas e as mulheres são enfermeiras. Elas cuidam dos pacientes internados com suspeita de estarem possuídos. Essa internação se dá pois há uma ala psiquiátrica, pois, como a Drª Peters explica no início do filme, alguns deles podem ter distúrbios psicológicos. A doutora sequer acredita em possessão demoníaca, mesmo trabalhando em um local onde se realizam exorcismos e câmeras captam todo tipo de comportamento bizarro dos possuídos. É, não encaixa né?

Ann é aceita na classe exclusiva para homens após sofrer ataque de um dos internos, coisa que deveria ser comum em um local desses. Mas a protagonista precisa ser especial de alguma forma. E para finalizar suas características de “A Escolhida”, o filme a coloca como sendo mais empática que os homens e, portanto, mais habilidosa no momento do exorcismo. Se o roteiro queria inovar discutindo a posição da mulher na Igreja Católica deveria lembrar que a mulher empática é um clichê nada positivo.

Daí pra frente a discussão se resume a olhares julgadores e a freira chefe aparecendo só para ser contra e sendo mal refutada. Ann tem sua jornada da heroína treinando, falhando, desistindo e voltando triunfal da forma menos interessante possível. Existem algumas revelações pelo caminho que apesar de pouco impactantes seriam spoilers desnecessários.

 

 

A forma do mal

Sem dúvidas um dos maiores atrativos nesse tipo de filme é a representação do mal. Seja na forma como os possuídos são afetados ou na aparição do demônio em si, quando tem. Aqui não vemos nada além de uma mão demoníaca e a possessão é mais do mesmo, com direito a subir na parede de costas, barriga inchando com bebê do capiroto e ficar botando a língua pra fora.

Nem as aparições são criativas, ficando na mesmice de sombras e fundo do cenário quando a protagonista está de costas. Mas o final do filme consegue entregar a pior mistura possível, gente estranha possuída na luz do dia e ataque que termina com Ann sacando a cruz do bolso como se fosse uma pistola. Uma ação que não acontece de forma semelhante em nenhum outro momento do filme. É constrangedor.

A Luz do Demônio já está nos cinemas, fique com o trailer:

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Estudante de Comunicação Social com foco em Cinema. Além dos filmes, amo quadrinhos e vídeo games, sempre atrás de boas histórias.

Cinema

Museu do Amanhã exibirá filmes da Mostra Ecofalante de Cinema durante a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente 2023

Serão 10 filmes do mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais

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Aguas Do Pastaza ecofalante 2023 SEMEIA

Como parte da programação da SEMEIA, a Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, o equipamento cultural exibirá 10 filmes da Mostra Ecofalante de Cinema, um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais.

A princípio, as sessões acontecerão entre os dias 6 e 9 de junho e contarão com acessibilidade para pessoas surdas. No dia 7, uma das produções contará também com Closed Caption e, no dia 8 de junho, no feriado de Corpus Christi, a exibição terá, ainda, com Closed Caption, audiodescrição e Libras.

Destaques

A programação da mostra abre no dia 6 de junho com o filme “Águas do Pastaza”, sobre a comunidade Suwa, localizada na fronteira entre o Equador e o Peru.

No dia 7, os curtas “Dia de Pesca e de Pescador” e “Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada” falam sobre como o brincar está inserido no dia a dia das crianças indígenas e como o cotidiano dessas comunidades se reproduzem de forma lúdica.

“Crescer onde nasce o sol” se passa numa comunidade onde o brincar parece não ter lugar e este ato se torna quase uma ação de resistência pelas crianças que, brincando, sonham com um futuro melhor. Por fim, “Aurora, a Rua que Queria Ser Rio” traz a história de um rio reprimido e canalizado para dar lugar ao “progresso”.

No dia 8 de junho, o documentário “Mata” abordará a resistência de um agricultor e uma comunidade indígena diante do avanço das plantações de eucalipto. A sessão será a única com Closed Caption, audiodescrição e Libras. Para encerrar, o último dia abre com “Borboletas de Arabuko”, que retrata o ofício de cultivadores de borboletas no Quênia e como essa prática incomum acabou ajudando a preservar a maior e última floresta remanescente da África Oriental. Em seguida, “Movimento das Mulheres Yarang” documentou a história de um grupo de mulheres do povo Ikpeng, que formou um movimento para coletar sementes florestais e restaurar as nascentes do Rio Xingu, que passa por suas aldeias. Por fim, “Meu Arado, Feminino”, destaca a pluralidade feminina do campo e seu elo com a natureza.

SEMEIA

De 5 a 11 de junho, a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, que faz parte da rede de equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, trará uma programação com rodas de conversa, oficinas, filmes, ativações artísticas e shows. Afinal, o objetivo é promover trocas e aprofundamentos sobre temas como preservação da água, saberes tradicionais, soberania alimentar, crise climática, direito à informação e cooperação para a sustentabilidade. Todas as atividades são gratuitas e algumas precisam de inscrição antecipada porque estão sujeitas a lotação.

Em seguida, confira a programação da Mostra Ecofalante durante a SEMEIA:

6 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Filme Águas de Pastaza (Inês T. Alves, Portugal, 60′, 2022) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

7 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Dia de Pesca e de Pescador (Mari Corrêa, Brasil, 2015, 3′) *com Libras

Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada (Haja Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro, Veronica Monachini, Brasil, 2016, 19′) *com Libras

Crescer onde nasce o sol (Xulia Doxágui, 2021, Brasil, 13′)*com Libras e Closed Caption

Aurora, a Rua que Queria Ser um Rio (Redhi Meron, 2021, Brasil, 10′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

8 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Mata (Fábio Nascimento, Ingrid Fadnes, 2020, Brasil / Noruega, 79′) *com Libras, Closed Caption e audiodescrição

Onde: Observatório

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

9 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Onde: Observatório

As Borboletas de Arabuko (John Davies, 2020, Reino Unido, 10′) *com Libras

Yarang Mamin – Movimento das Mulheres Yarang (Kamatxi Ikpeng, 2019, Brasil, 21′) *com Libras

Meu Arado, Feminino (Marina Polidoro, 2021, Brasil, 21′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

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