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Crítica | ‘Free Guy – Assumindo o Controle’ traz Ryan Reynolds sendo Ryan Reynolds

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Crítica Free Guy

“Free Guy – Assumindo o Controle” é um filme de Ryan Reynolds. Ou seja, é uma comédia. Se você acha graça nesse ator, vai rir. No geral, o longa tem diversos bons momentos. A história remete muito ao atual momento, com uma mistura de jogo e vida real e diversas mensagens implícitas sobre os tempos modernos. No caso aqui, “Free City” é um game de sucesso, como se fosse um Grand Theft Auto (GTA). Guy, personagem de Ryan Reynolds, é um daqueles coadjuvantes (NPC, personagem não-jogável) que estão ali somente para apanhar, no caso, um bancário. É fácil lembrar de outros jogos famosos também como “Fortnite” e “The Sims”, e a trama acaba se passando em dois mundos.

É uma comédia de ação e aventura que, superficialmente, pode lembrar “O Show de Truman” (1998), por termos um personagem de bom coração que acredita viver em um mundo que não existe de verdade. Ele é interessante, alguém que decide seguir o caminho do bem em um mundo ruim. Essa é uma bela mensagem que o filme passa. O player sobe de nível mais rápido do que outros saindo dos padrões vigentes. Aí está outra mensagem. “Free Guy” fala sobre a coragem de sair da zona de conforto, fazer diferente e fazer a diferença.

O diretor é o mesmo de “Uma Noite no Museu”: Shawn Levy. O homem sabe dirigir com efeitos especiais, aproveita bem. Em especial, ele tem experiência com essa mescla de comédia, ação e efeitos especiais. Há timing para as piadas e boas cenas. Aliás, também é uma comédia romântica em sua essência. Dei algumas boas gargalhadas, inesperadamente, o que foi ótimo. Os gamers vão se identificar e ver muito de si e de seus amigos.

O sorriso de Free Guy

Entretanto, o filme exagera nos estereótipos, o que talvez não fuja da proposta, já que remete a jogos que, geralmente, seguem exatamente nessa linha, mas é algo que pode incomodar. A trilha sonora é um dos destaques. O pop reina sob a batuta de Mariah Carey, a qual surge com “Fantasy” e mais alguns de seus clássicos. Combina muito e ajuda a nos fazer rir na química que faz com o jeito, as caras e bocas de Ryan Reynolds. Janet Jackson, TLC, Paula Adbul, e outras divas pop marcam presença, assim como trilhas sonoras que remetem a outras séries e filmes.

O final traz várias surpresas cômicas e são muitas as referências a outros filmes e a cultura pop. Produzido pela 20th Century Studios, de propriedade da Disney, é possível ver algumas faces famosas e ícones de algumas franquias cinematográficas. Ryan Reynolds chegou em um patamar onde pode ser quem é, um nerd que se diverte e coloca tudo o que gosta nos seus filmes.

O elenco inclui Joe Keery, mais conhecido pela série “Stranger Things”; Jodie Comer, famosa por seu papel em “Killing Eve”, que traz carisma e simpatia para sua personagem; Taika Waititi, como o chefe ávido por lucro; e Lil Rel Howery como Buddy, o melhor amigo de Guy. Esse último é exemplo de personagem exageradamente estereotipado.

Afinal, a expectativa que o trailer de “Free Guy” cria é superada, algo não muito comum hoje em dia. Saí desse filme pipoca com um sorriso ingênuo como o de Guy, que faz questão de ser bom num mundo caótico, e acaba por fazer a diferença. Boa, Guy!

Em seguida, veja o trailer:

A saber, o diretor Shawn Levy afirma que já pensa em uma sequência. Depois de ver o filme, comente aqui. Acha que deve ter uma sequência?

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3 Comentários

1 Comentário

  1. Livia Brazil

    12 de agosto de 2021 at 19:16

    Tem o Joe Keery, quero ver! Rs.

    • Alvaro Tallarico

      13 de agosto de 2021 at 11:12

      hehehe Ele tem boa atuação, é tipo um galã nerd 😉

  2. Pingback: L.O.C.A. | Comédia brasileira debate relacionamentos tóxicos

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Cinema

‘Vermelho Monet’ estreia esta quinta-feira nos cinemas

Premiado em diversos festivais, o longa escrito e dirigido por Halder Gomes investiga o processo artístico e o mercado das artes.

Publicado

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Exibido em 15 festivais pelo Brasil e o mundo, e ganhador de mais de dez prêmios, Vermelho Monet, de Halder Gomes chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 9 de maio com distribuição da Pandora Filmes.

A saber, o longa conta com a participação de atores e parte da equipe de portugueses. Além disso, tem apoio da Lei do Audiovisual, Fundo Setorial do Audiovisual.

Produção

Mais conhecido por suas comédias, como Cine Holliúdy e Os Parças, Gomes aqui apresenta um drama marcado pela discussão sobre a arte e a transformação dela em mercadoria.

O protagonista é Johannes Van Almeida, interpretado por Chico Diaz, um pintor pouco aceito no mercado, que está perdendo sua visão.Ele encontra na atriz Florence Lizz (Samantha Müller) a inspiração para realizar sua maior obra, e seu caminho também cruza com o de Antoinette Lefèvre (Maria Fernanda Cândido), uma marchand influente que tem o poder de transformar o quadro numa obra famosa e valiosa.

“Fazer Vermelho Monet não foi muito diferente de fazer uma comédia em seu processo físico. Todos os esforços e etapas que constituem a realização de um filme estão presentes no drama e na comédia. Além do gênero drama em si, esse trabalho também é contado pela sua estética, referências artísticas, trilha musical, ambiências e simbolismos. A condução rítmica também é outra, com tempo de tela mais largo para assimilação e contemplação de suas simbologias e estética, respectivamente”, explica o diretor, que também assina o roteiro do filme.

Foto: Divulgação.

Trilogia Artística

Gomes conta que esse é o primeiro de uma planejada trilogia, e o próximo deverá ser Azul Vermeer. “O filme transborda da vontade de pôr na tela o que mais me fascina: pintar, ler sobre arte e ver pinturas. Viajo pra visitar museus e galerias incessantemente e passo grande parte do meu tempo livre pintando ou desenhando. Nessas andanças sempre me deparo com pinturas que aguçam a curiosidade de saber quem e o que está além do alcance dos olhos. Para isso, viajo pra lugares pra entender o que certos pintores viram e o que os fizeram pintar daquela forma. Já fui três vezes a Delft, Países Baixos, para decifrar o olhar, luz e paleta de Vermeer.”

É de se destacar também, dentro do filme, a importância da fotografia de Carina Sanginitto, e a direção de arte de Juliana Ribeiro, ambas premiadas em festivais, e cujos trabalhos ajudam na evocação das cores e luzes de Monet. Além das visitas ao museu, ao lado delas, Gomes também destaca que fizeram um estudo de paletas e tons de pele muito elaborados – em especial a progressão da luz na tez de Florence Lizz que, aos olhos de Johannes Van Almeida, tem cor – do dessaturado ao P&B – e textura de mármore.

Enredo

Definindo o filme como “uma grande história de amores desencontrados, intensos, tortuosos e trágicos”, Gomes coloca as personagens em questões existenciais profundas transpostas à arte que, por sua vez, é a única e provável tábua de salvação de todos eles – cada um ao seu modo.

“Para abrir essa caixa de pandora, não podia ser outra cor senão o vermelho. É a primeira cor que o ser humano teve o domínio de sua manipulação. É a cor mais forte, mais vibrante, com as maiores potencialidades poéticas, oníricas e simbólicas. O vermelho é a ambivalência do vigor, fogo e plenitude, associado a sua extrema fragilidade se misturada com outras cores. A complementaridade cromática e dissolução metafórica dos personagens representados pelas cores é a principal condução simbólica do filme. Vermelho Monet, em si, é uma cor simbolista criada para o título numa alusão aos vermelhos dos entardeceres impressionistas de Claude Monet.”

Foto: Divulgação.

Mercado da arte

Num primeiro momento, um filme sobre alta cultura pode não parecer ter um diálogo direto com o Brasil contemporâneo, mas o diretor ressalta que o mercado de arte é uma realidade que pode se mover por caminhos tortuosos em todo o mundo.

“Neste exato momento, no Brasil, deve ter alguém colecionando arte, lavando dinheiro com obras de arte, lucrando, manipulando valor, falsificando pinturas e até mesmo roubando quadros e esculturas em igrejas, residências e galerias. Assim como também tem milhares de pessoas visitando nossos museus e apreciando obras e a história da arte.”

“Neste mesmo Brasil, milhares de artistas estão lutando para viver da sua arte. De certa forma, este cenário expõe as vísceras da discrepante desigualdade social em países como o nosso, onde neste exato momento tem alguém negociando sorrateiramente obras de arte por valores milionários, enquanto alguém está passando fome e morando na rua. A arte está em todo lugar, o que faz o universo provocativo abordado em Vermelho Monet ser atemporal e universal.”

Por fim, fique com a sinopse oficial

Johannes Van Almeida (Chico Diaz) é um pintor de mulheres sem aceitação no mercado; obsoleto. Com a visão deteriorada e à beira de um colapso nervoso, encontra em Florence Lizz (Samantha Müller) – uma famosa atriz em crise e insegura na preparação para o seu filme mais desafiador – a inspiração para realizar sua obra prima. Antoinette Lefèvre (Maria Fernanda Cândido) é uma influente marchand/connoisseur de arte que fareja o valor de obras de arte quando histórias de inspiração viram obsessão entre pintores e modelos.

Ficha Técnica

VERMELHO MONET

Brasil, Portugal | 2024 | 135min. | Drama

Direção e Roteiro: Halder Gomes.

Elenco: Chico Diaz, Maria Fernanda Cândido, Samantha Müller, Gracinda Nave, Matamba Joaquim, Duarte Gomes.

Produção: Mayra Lucas e Halder Gomes.

Empresas produtoras: ATC e Glaz.

Distribuição: Pandora Filmes.

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