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Com Amor, Van Gogh | O Sonho Impossível | CRÍTICA

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"Com Amor, Van Gogh Um Sonho Impossível' crítica por Alvaro Tallarico.

Com Amor, Van Gogh – O Sonho Impossível é um documentário dirigido por Mike Wecel que conta sobre o processo de dez anos de produção do inovador e aclamado filme “Com Amor, Van Gogh” (Loving Vincent), o primeiro longa de animação da história feito completamente com pinturas. Esse documentário dirigido por Miki Wecel mostra toda a vontade de inovar dos cineastas Hugh Welchman e Dorota Kobiela, os quais não tinham o respaldo da indústria cinematográfica e nem experiência.

Mike Wecel não inova como seus colegas, mas segue o estilo tradicional de depoimentos, intercalando imagens do processo de produção do filme “Com Amor, Van Gogh”. Utiliza a técnica time-lapse algumas vezes e consegue fornecer certo dinamismo. O mais importante é que acaba por criar uma relevante aula de cinema, sobretudo de animação. Desde as agruras na criação do roteiro, passando pelo financeiro, as burocracias, as tristezas e alegrias que envolvem a sétima arte. Também acaba sendo uma ode à coragem ao demonstrar as muitas dificuldades enfrentadas.

Dorota Kobiela e a arte

Vemos um pouco das influências da diretora Dorota Kobiela e seus amigos, a diferença que bons professores fizeram em sua vida, ensinando sobre as bases da arte. Isso acabou plantando a semente que germinaria na ideia de contar as vivências de Van Gogh através de suas pinturas, já que o artista criava muitas de suas obras a partir do que vivia e as pessoas que lhe rodeavam. O árduo trabalho que todos os indivíduos envolvidos tiveram fica bem claro durante a exibição. “Com Amor, Van Gogh” era para ser um curta-metragem de sete minutos e acabou virando um longa de 1 hora e 35 minutos. Vemos como foi a campanha de arrecadação, o medo de não dar certo, as ansiedades. A alegria de conseguir o apoio da cidade de Breslávia, na Polônia, que havia sido a capital cultural europeia de 2016.

No geral, os depoimentos são interessantes, e o que mais se sobressai é realmente o interesse pelas dificuldades do processo, desde seu início até o glorioso final.  O grande número de pintores que foram treinados para serem animadores é algo impressionante, assim como os atores que se misturavam às pinturas durante as filmagens. O documentário acaba contando também um pouco sobre a vida do pintor.

A longa jornada

Interessante acompanhar o momento em que liberam um trecho do filme na internet que viraliza, tornando-se um divisor de águas que estimula o seguimento do trabalho. Jornais de todo o mundo começaram a falar sobre a ideia inovadora inspirada pelas mais de 400 pinturas que Van Gogh fez durante oito anos,  e como a animação percorre locais e personagens de sua obra. Posteriormente, é curioso ver a força de vontade na divulgação do longa-metragem. A saber, os cineastas enfrentaram mais de noventa voos em dez meses, aceitando todos os convites possíveis para entrevistas e festivais.

O resultado de toda a jornada que o documentário mostra é uma declaração de amor por Van Gogh. Contudo, com a distinção de estrear uma técnica de animação a partir de pinturas a óleo, ou seja, seguindo o mesmo estilo do homenageado. O resultado, “Com Amor, Van Gogh” é visualmente deslumbrante. Um dos maiores méritos do documentário é afirmar que o sonho impossível pode ser realizado.

Afinal, “Com Amor, Van Gogh – O Sonho Impossível” é indicado para qualquer pessoa que se interessa por como o cinema é feito. Aqueles que tem amor por essa arte coletiva e gostam de saber as minúcias necessárias para a realização desse trabalho de tamanha magnitude. Inclusive, é muito atrativo também para os que gostam de arte, pintura e animação. E, claro, do genial pintor Vincent Van Gogh.

Trailer:

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

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