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Crítica

Menina Lua | Aconchego no teatro pós-pandemia

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menina lua no sesc tijuca

Menina Lua, peça inédita de Luiza César faz seu último final de semana no Sesc Tijuca. O espetáculo é um solo da atriz que conta a história de uma jovem adulta que sempre sentiu uma atração muito forte com a lua. Através de símbolos e um texto poético e acolhedor, a personagem passa por momentos importantes da sua vida, sentimentos, decisões e fases em um paralelo muito sensível com os ciclos lunares.

O aconchegante mundo de Menina Lua

Luiza César recebe a plateia cumprimentando individualmente os presentes e convidando todos para a imersão da experiência teatral. Em um teatro com a capacidade para 44 expectadores, ficamos fisicamente muito próximos das cenas e esse fator leva a uma proximidade com a história também. A personagem conta das suas aventuras e conversas com a lua em seu pequeno e muito sonhado apartamento que combina muito bem com a leveza e acolhimento do espaço. A premissa de ficar em casa com seus próprios pensamentos e expectativas é de fácil identificação após um período marcado pela pandemia e essa volta aos palcos com a temática é bem interessante para ressignificar o espaço da caixa teatral em uma experiência muito acolhedora.

Metáforas lunares

A grande atração que a menina sente com a lua aos poucos carrega significados e reflexões como dependência emocional, confiança no outro, vulnerabilidade e diversos outros temas. Ao conversar com a lua, a personagem se entende enquanto companhia, se descobre com seus próprios pensamentos e desenvolve autocuidado em uma construção cênica lúdica e emocionante. Menina Lua prova que os pequenos prazeres da vida estão nos respiros e que os grandes problemas da vida, talvez estejam mais para desafios do que problemas.

Preparação corporal

Com habilidades de improvisação, ótimo uso do espaço, voz e corpo disponíveis, Luiza César dividiu um pouco da sua preparação para o espetáculo com a equipe do Vivente Andante:

“A preparação para a criação do próprio espetáculo foi muito intensa (…) depois eu percebi que precisaria se manter essa rotina que a gente criou para manter o tônus. A preparação da sala de ensaio me deu, mas a rotina da cena mesmo, estar em cartaz e fazer isso várias vezes por semana, me deu em níveis mais aprofundados tanto uma percepção do corpo ativo em cena, que suscita a palavra e não ao contrário, quanto a questão rítmica”

Elementos como a música também foram fundamentais, segundo a atriz, para desenhar ritmicamente o espetáculo e a construção coletiva com toda a equipe criativa. A direção do espetáculo é de Ricardo Rocha, a direção de movimento é de Bárbara Abi-Rihan, a direção musical é de Antônia Medeiros, e a música ao vivo é por Katarina Assef.

Por fim, Menina Lua é uma peça belíssima, com escolhas cênicas poéticas e divertidas que promete aquecer o coração do público.

SERVIÇO:

“MENINA LUA”

Temporada: 1º a 25 de setembro

Apresentações: 5ª a sábado – 19h / Domingo – 18h

Apresentações com sessão de libras: 17 e 24 de setembro (sábado) – 19h

Local: Teatro II – SESC Tijuca

Endereço: Rua Barão de Mesquita, 539 – Tijuca

Ingressos: R$ 30 (inteira) | R$ 15 (meia entrada em casos previstos por lei, professores e classe artística com documento comprobatório) | R$ 7,50 (credencial plena)

Duração: 60 minutos

Classificação Indicativa: 12 anos

Capacidade: 44 lugares

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Cinema

‘Aumenta que é rock ‘n roll’ traz nostalgia gostosa | Crítica

Longa protagonizado por Johnny Massaro e George Sauma estreia em 25 de abril.

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Uns anos atrás, mais especificamente em 2019, o Festival do Rio (e outros festivais do Brasil) trazia em sua programação um documentário sobre a Rádio Fluminense. “A Maldita”, de Tetê Mattos, que levava o título da alcunha pela qual a rádio era conhecida, narrava sua história e, além disso, a influência que teve em seus ouvintes. Para muitos, principalmente os que não viveram a época, foi o primeiro contato com a rádio rock fluminense.

Anos depois, no próximo 25 de abril, quinta-feira, estreia “Aumenta que é rock ‘n roll”, longa de Tomás Portella. O longa é baseado no livro “A onda maldita: Como nasceu a Rádio Fluminense”, escrito por Luiz Antônio Mello, criador da rádio. Protagonizado por Johnny Massaro na pele de Luiz Antônio, o filme foca em toda a trajetória do jornalista desde sua primeira transmissão na rádio do colégio, até o primeiro contato com a Rádio Fluminense (por causa de seu amigo e cocriador Samuca) e a luta pra fazer da Fluminense a rádio mais rock ‘n roll do Rio de Janeiro.

Muito rock

Pra começo de conversa, é preciso dizer que o filme é uma bela homenagem ao gênero rock. Além de uma trilha sonora com nomes de peso, como AC/DC, Rita Lee, Blitz e Paralamas do Sucesso, o longa consegue mostrar ao espectador do que o rock é verdadeiramente feito: de muita ousadia e questionamentos. Em uma época em que o gênero vem sendo esquecido, principalmente pelas gerações mais jovens, Tomás Portella consegue relembrar a todos que o rock é sinônimo de controversão e revolução, já que foi criado para questionar os ideais vigentes da época.

Isso fica muito claro nos personagens que compõem a rádio e que a tocam pra frente. A ideologia de fazer diferente fica tão nítida na tela que eu desafio o espectador a não sair do filme com vontade de revolucionar o mundo ao seu redor.

Roteiro

Isso se dá, obviamente, por um texto muito bem escrito e uma trama bem desenvolvida e bem amarrada. O que significa, portanto, que L.G. Bayão fez um ótimo trabalho na adaptação do livro.

Mas, além disso, as atuações dos atores em cena tambémajudam muito. Apesar de a maioria dos atores nem sequer ter vivido a época (no máximo, eram criancinhas nos anos 80), eles personificam a vontade de transformar da época. Principalmente Flora Diegues, que tem uma atuação tão natural que dá até pra pensar que ela pegou uma máquina do tempo lá em 1982 e saltou na época em que o filme foi gravado. Infelizmente, a atriz faleceu em 2019 e uma das dedicatórias do longa é para ela. Merecidissimo, porque Flora realmente se destaca entre os integrantes da rádio rock.

Sintonia fina

George Sauma interpreta o jornalista Samuca, amigo de colégio de Luiz Antonio que cria a rádio com o colega. A escolha dos dois protagonistas não poderia ser melhor, já que Johnny Massaro e George têm uma química que salta da tela. O jogo de dupla cheio de piadas, típico dos filmes de comédia dos anos 1980, funciona muito bem entre os dois. Os dois atores têm um timing ótimo para comédia e, ao mesmo tempo, conseguem emocionar quando o texto cai para o drama. Tanto George quanto Johnny brilham.

Também brilham a cenografia e o figurino do filme. Cláudio Amaral Peixoto, diretor de arte, e Ana Avelar, figurinista, retrataram tão bem a época que parece que estamos mesmo de volta aos anos 1980. A atenção aos detalhes faz o espectador, principalmente o que viveu tudo aquilo, se sentir dentro da rádio rock.

Nostálgico

Para resumir, é um filme redondinho e gostoso de assistir, com atuações incríveis e uma trilha sonora de arrasar. Duvido sair do cinema sem vontade de ouvir uma musiquinha de rock que seja!

Fique, por fim, com o trailer de “Aumenta que é rock ‘n roll”:

Ficha Técnica

AUMENTA QUE É ROCK ‘N ROLL

Brasil | 2023 | Comédia

Direção: Tomás Portella

Roteiro: L.G. Bayão

Elenco: Johnny Massaro, George Sauma, João Vitor Silva, Marina Provenzzano, Orã Figueiredo.

Produção: Luz Mágica

Coprodução: Globo Filmes e Mistika

Distribuição: H2O Films.

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